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quinta-feira, 18 de julho de 2013

Uma ideia traz a outra : Arte e poesia na creche


"Palavra puxa palavra, uma ideia traz outra, e assim se faz um livro, um governo, ou uma revolução"
Machado Assis

Gosto muito  dessa citação de Machado de Assis.

 Se na vida como um todo é assim, imagina da Educação Infantil? São muitas ideias por minuto! 

Um exemplo?

Primeiro uma das turmas, constrói a réplica da estátua do Carlos Drummond de Andrade, em uma das atividade do Projeto Anual " Minha Alma Canta , Sou Carioca"



Foi um sucesso! Crianças, pais e educadores animados em tirar fotos com  o Drummond e também em conhecer mais sobre a sua obra.

Essa atividade deu início a um movimento de  leitura de poemas em toda a instituição, o que desencadeou em um  SARAU.

 Cada   turma escolheu um poema  que foi devidamente explorado com a turma  e apresentado no dia do Sarau. Você pode conferir no blog da Creche Municipal Tia Dora:




No berçário I, escolhemos  a temática " Vinícius visita Drummond". As crianças puderam ouvir alguns poemas do livro " A arca de Noé" e manuseá-lo. Dançamos  muito ao som dos CDs A arca de Noé I e II !

O poema escolhido para o Sarau, foi "AS ABELHAS"




Como registro plástico do poema, construímos uma colmeia em formato de  móbile, que serviu também de ambientação para a apresentação.  Uma das crianças foi a " abelha mestra" e as demais  " as abelhinhas" . Todas juntinhas,  dançaram  com as mamães que compareceram!



 Promovemos ainda o encontro das estátuas, e enquanto fazíamos as fotos, vários transeuntes pararam se interessaram e pararam para ouvir um pouco sobre o nosso trabalho.



Penso  no quanto sou privilegiada  em trabalhar num espaço tão rico e produtivo!

domingo, 14 de julho de 2013

Pão de açúcar: A Maquete!



Boas idéias devem ser compartilhadas, não é verdade? 

Trago para vocês um vídeo com um trabalho belíssimo realizado por   uma das turmas de Maternal I.  

As crianças e os educadores fizeram uma maquete do pão de açúcar, utilizando diferentes matérias  e técnicas,  e apresentando riqueza de detalhes. Vale a pena conferir cada minuto!

sábado, 13 de julho de 2013

Decolando com o samba do avião

Minha alma canta...

Essa é frase de chamada do projeto anual da creche Tia Dora 2013  - Minha alma canta, sou carioca!
 Um nos momentos do projeto, foi a escolha dos nomes das turmas. E, é claro, o berçário não poderia ficar de fora. Mas como as crianças , tão pequeninas iriam escolher um nome? Realmente, dessa vez não deu! então Eu, junto com as agentes auxiliares que atuam comigo na turma, chegamos ao nome:


Tendo como ponto  de partida a bela canção de tom Jobim, As crianças do berçário I são convidadas a decolar com o samba do avião, dar asas à imaginação e ver o Rio de Janeiro a partir de uma ótica própria para a sua faixa etária

Nos divertimos muito com músicas típicas do Rio de Janeiro, exploração de instrumentos musicais, vídeos com canções e  paisagens da nossa cidade, observação de imagens.  Além de contações de histórias, teatros, pinturas e colagens coletivas  e utilização de materiais de diferentes cores e texturas.  Sempre primando  por  um trabalho sensorial,  visando o desenvolvimento de cada cada criança,  suas interações com demais crianças e adultos e diferentes linguagens artísticas.

Algumas imagens:

Colagem coletiva

 Pintura
 Exploração sons e  instrumentos


 Roda de cantigas

 Nosso jardim botânico, de plástico bolha e flores de tecido


Imagens do Rio de Janeiro

Roda de samba e contação de história, com o autor do livro " Samba menino"




Retornando às atividades

Olá!
Depois de um grande  período sem posts, finalmente recuperei meu aceso ao blog e poderei retornar às atividades, compartilhando experiências sobre educação.

Esse tem sido um ano de experiências incríveis!

 Pela primeira vez estou trabalhando com uma turma de berçário, com crianças na faixa etária de 1 aninho (sendo que no início do ano, alguns ainda estava com 7 meses)  Tem sido um  desafio e tanto! E uma ótima oportunidade de crescimento profissional.

Estamos nos  aproximando do recesso escolar e vou tentar aproveitar ao máximo esse  período.  Uma das minhas tarefas será atualizar o blog e mostrar pra vocês um pouco do muito que realizamos durante esse primeiro semestre.

Me despeço com uma imagem da última atividade do semestre, o nosso arraiá. Foi um sucesso!

Bjss!



segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Brincando de roda



Estou tendo o enorme prazer de explorar o universo das cirandas junto com meus alunos de maternal IIÉ incrível como eles se envolvem nas letras e coreografias embalados por essas canções  da nossa cultura.

Tudo começou a partir de uma reunião pedagógica, onde os professores discutir quais temas da cultura brasileira seriam explorados dentro do tema "FOLCLORE",  conversa vai, conversa vem (  e como é bom ter esse momento de planejamento garantido!!!)  e percebi que explorar as cirandas daria um bom caldo com a minha turma. 

O ponto  de partida foi a ciranda "CASA DE FARINHA" e  além de cantar e dançar muito ao som dessa canção, exploramos as características sensoriais da farinha, manuseamos, tingimos, fizemos  goma, misturamos cores... conhecemos outras cirandas ( duas ótimas opções  de áudios são os Cds, Roda de Cantigas, do Zé Zuca http://www.zezuca.com.br/ e o "Cantigas de Roda",  do Palavra Cantada  http://www.palavracantada.com.br/, eles A-D-O-R-A-M) . Utilizamos ainda:  cartaz com a letra da ciranda, para cantarmos  e passarmos o dedo acompanhando a letra, DVD com coletânea de pessoas brincando de ciranda em diferentes regiões do nosso país, releitura de imagens, construção de instrumentos musicais com sucata, exploração de diferentes sons e ritmos  com os instrumentos da bandinha, consciência corporal e exploração de movimentos



Explorando diferentes ritmos e sons, com os instrumentos da bandinha



Brincando com a farinha:




Colorindo a farinha




Construção de cartaz com o resultado da mistura das cores primárias;

Construindo um cartaz , com a nossa " Casa de Farinha, com diferentes técnicas



Em cada atividade planejada, procuramos  envolver as diferentes áreas do conhecimento  e linguagem, buscando oportunizar  momentos de aprendizagens e desenvolvimento para cada  criança!

  E a brincadeira continua!!!




segunda-feira, 14 de maio de 2012

Quando a escola é de vidro

Esse texto da Ruth Rocha me faz pensar sobre alguns questionamentos referentes à  prática pedagógica...

Qual tem sido a nossa postura e  prioridades como educadores ?

Não existe isenção na Educação!!!


E você conhece alguma escola de vidro ?




"Naquele tempo eu até que achava natural que as coisas fossem daquele jeito.
Eu nem desconfiava que existissem lugares muito diferentes...
Eu ia para a escola todos os dias de manhã e quando chegava, logo, logo, eu tinha que me meter no vidro.
É, no vidro!
Cada menino ou menina tinha um vidro e o vidro não dependia do tamanho de cada um, não!
O vidro dependia da classe em que a gente estudava.
Se você estava no primeiro ano ganhava um vidro de um tamanho.
Se você fosse do segundo ano seu vidro era um pouquinho maior.
E assim, os vidros iam crescendo à medida que você ia passando de ano.
Se não passasse de ano, era um horror.
Você tinha que usar o mesmo vidro do ano passado!
Coubesse ou não coubesse.
Aliás nunca ninguém se preocupou em saber se a gente cabia nos vidros.
E pra falar a verdade, ninguém cabia direito.
Uns eram muito gordos, outros eram muito grandes, uns eram pequenos e ficavam afundados no vidro, nem assim era confortável.
Os muitos altos de repente se esticavam e as tampas dos vidros saltavam longe, às vezes até batiam no professor.
Ele ficava louco da vida e atarraxava a tampa com forço, que era pra não sair mais.
A gente não escutava direito o que os professores diziam, os professores não entendiam o que a gente falava...
As meninas ganhavam uns vidros menores que os meninos.
Ninguém queria saber se elas estavam crescendo depressa, se não cabiam nos vidros, se respiravam direito...
A gente só podia respirar direito na hora do recreio ou na aula de educação física.
Mas aí a gente já estava desesperado, de tanto ficar preso e começava a correr, a gritar, a bater uns nos outros.
As meninas, coitadas, nem tiravam os vidros no recreio.E na aula de Educação Física elas ficavam atrapalhadas, não estavam acostumadas a ficarem livres, não tinham jeito nenhum para Educação Física.
Dizem, nem sei se é verdade, que muitas meninas usavam vidros até em casa.
E alguns meninos também.
Estes eram os mais tristes de todos.
Nunca sabiam inventar brincadeiras, não davam risada á toa, uma tristeza!
Se a gente reclamava?
Alguns reclamavam.
Então os grandes diziam que sempre tinha sido assim; ia ser assim o resto da vida.
A minha professora dizia que ela sempre tinha usado vidro, até para dormir, por isso é que ela tinha boa postura.
Uma vez um colega meu disse pra professora que existem lugares onde as escolas não usam vidro nenhum, e as crianças podem crescer á vontade.
Então a professora respondeu que era mentira.Que isso era conversa de comunistas.Ou até coisa pior...
Tinha menino que tinha até que sair da escola porque não havia jeito de se acomodar nos vidros.E tinha uns que mesmo quando saiam dos vidros ficavam do mesmo jeitinho, meio encolhidos, como se estivessem tão acostumados que estranhavam sair dos vidros.
Mas uma vez veio para a minha escola um menino, que parece que era favelado, carente, essas coisas que as pessoas dizem pra não dizer que era pobre.
Ai não tinha vidro pra botar esse menino.
Então os professores acharam que não fazia mal não, já que ele não pagava a escola mesmo...
Então o Firuli, ele se chamava Firuli, começou a assistir as aulas sem estar dentro do vidro.
Engraçado é que o Firuli desenhava melhor que qualquer um, o Firuli respondia perguntas mais depressa que os outros, o Firuli era muito mais engraçado...
Os professores não gostavam nada disso...
Afinal, o Firuli podia ser um mau exemplo pra nós...
Nós morríamos de inveja dele, que ficava no bem-bom, de perna esticada, quando queria ele espreguiçava, e até meio que gozava a cara da gente que vivia preso.
Então um dia um menino da minha classe falou que também não ia entrar no vidro.
Dona Demência ficou furiosa, deu um coque nele e ele acabou tendo que se meter no vidro, como qualquer um.
Mas no dia seguinte duas meninas resolveram que não iam entrar no vidro também:
_Se Firuli pode por que é que nós não podemos?
Mas dona Demência não era sopa.
Deu um croque em cada uma, e lá se foram elas, cada uma pro seu vidro...
Já no outro dia a coisa tinha engrossado.
Já tinha oito meninos que não queriam saber de entrar nos vidros.
Dona Demência perdeu a paciência e mandou chamar seu Hermenegildo que era o diretor lá da escola.
Hermenegildo chegou muito desconfiado:
Aposto que essa rebelião foi fomentada pelo Firuli.È um perigo esse tipo de gente aqui na escola.Um perigo!
A gente não sabia o que queria dizer fomentada, mas entendeu muito bem que ele estava falando mal do Firuli.
Seu Hermenegildo não conversou mais.Começou pegar os meninos um por um e enfiar á força dentro dos vidros.
Mas nós estávamos loucos para sair também, e para cada um que ele conseguia enfiar dentro do vidro, já tinha dois fora.
E todo mundo começou a correr do seu Hermenegildo, que era para ele não pegar a gente, e na correria começamos a derrubar os vidros.
E quebramos um vidro, depois quebramos outro e outro mais e dona Demência já estava na janela gritando:
_SOCORRO! VÂNDALOS! BÁRBAROS! 
(Pra ela bárbaro era xingação).
Chamem os Bombeiros, o Exército da Salvação, a Polícia Feminina...
Os professores das outras classes mandaram cada um, um aluno para ver o que estava acontecendo.
E quando os alunos voltaram e contaram a farra que estava na 6ª série todo mundo ficou assanhado e começou a sair dos vidros.
Na pressa de sair começaram a esbarrar uns nos outros e os vidros começaram a cair e a quebrar.
Foi um custo botar ordem na escola e o diretor achou melhor mandar todo mundo pra casa, que era pra pensar num castigo bem grande, pro dia seguinte.
Então eles descobriram que a maior parte dos vidros estava quebrada e que ia ficar muito caro comprar aquela vidraria toda de novo.
Então diante disso seu Hermenegildo pensou um bocadinho, e começou a contar pra todo mundo que em outros lugares tinha umas escolas que não usavam vidro nem nada, e que dava bem certo, as crianças gostavam muito mais.
E que de agora em diante ia ser assim: nada de vidro, cada um podia se esticar um bocadinho, não precisava ficar duro nem nada, e que a escola agora ia se chamar Escola Experimental.
Dona Demência, que apesar do nome não era louca nem nada, ainda disse timidamente:
_Mas seu Hermenegildo, Escola Experimental não é bem isso...
Seu Hermenegildo não se perturbou:
_Não tem importância.A gente começa experimentando isso.Depois a gente experimenta outras coisas...
E foi assim que na minha terra começaram a aparecer as Escolas Experimentais.
Depois aconteceram muitas coisas, que um dia eu ainda vou contar..."


(Quando a Escola é de Vidro. In: Admirável Mundo Novo Ruth Rocha.)

 Saiba  mais sobre a autora e sua obra em http://www2.uol.com.br/ruthrocha/home.htm

Nada deve parecer natural...


Desconfiai do mais trivial, 

na aparência singelo. 

E examinai, sobretudo, o que parece habitual.
 
Suplicamos expressamente: 

não aceiteis o que é
 de hábito como coisa natural,
 pois em tempo de desordem sangrenta, 
de confusão organizada,
 de arbitrariedade consciente,
 de humanidade  desumanizada,
 
Nada deve parecer natural, nada deve parecer 
impossível de mudar.

Bertold Brecht